Tesouro!

Já imaginou quantos segredos uma samambaia pode guardar?

Pois é! Uma samambaia balzaquiana, apelidada carinhosamente de “Tesouro” pelo seu guardião, escondia um verdadeiro tesouro!

Seus sobrinhos e amigos viam aquele velha samambaia, tão cheia de vida e mal imaginavam que debaixo daqueles “cachos”, existia uma verdadeira relíquia.

Ela ficava sobre um equipamento de cobre, com suas ramas formosas, que sempre foram muito bem cuidadas pelo seu dono!

“É o xodó da casa”, dizia sempre o sobrinho fuçador que teimava em arrancar as folhas, pra saber que diacho de bolinhas eram aquelas que insistiam em se destacar no meio daquele verde brilhante!

E anos foram passando, o tesouro cada vez mais formoso e o velho equipamento cada vez mais escuro!

Num dia quente de agosto, a triste notícia: O guardião do tesouro já havia cumprido sua missão por aqui e, o tesouro precisava de uma nova casa.

A samambaia, teve que ser retirada do seu pedestal, para ir ao seu novo lar.

Na correria de embalar mudanças, recolher cada parte daquela história, a descoberta: o antigo equipamento, era uma panela de cobre, velha e cheia de amassados. Na verdade, uma das peças de um antigo alambique, que nenhum dos sobrinhos sabia para que servia.

Depois de aberto os parafusos, embaixo da madeira estava o que restava de um bloco de anotações. Úmido, rasgado e judiado pelo tempo. Numa das únicas páginas que ainda podiam ser vistas, estava escrito Geniévre e pequena parte de uma receita que por anos ficou escondida.

Nem o próprio dono sabia de onde havia saído o velho alambique, que sempre contava que era um entulho, comprado há anos, num ferro velho qualquer para aparar sua samambaia, que foi amorosamente apelidada de tesouro.

A velha peça de metal guardava partes de uma receita única, que até hoje não se sabe a origem!

Construindo uma nova história

O Rafael, um dos sobrinhos começou a pesquisar pela internet sobre a história da Geniévre e descobriu que se tratava de uma bebida do século XVII, que deu origem ao GIN. Coincidentemente, a bebida já era muito apreciada na família e no circulo de amigos.

E foi justamente em uma roda de amigos, regada a GIN, que começou um novo capítulo desta história.

Rafael, que já conhecia Juliana há mais de uma década, mostrou as fotos e contou a história do velho alambique e do Tesouro. Os dois então, decidiram tentar remontar o quebra cabeça e produzir seu próprio GIN.

Iniciaram uma maratona de cursos, buscaram informações com quem já havia fabricado a bebida e Juliana se aventurou mais longe, foi até a Austrália, atrás de conhecimento e inovação.

Foi lá que conheceu pequenos produtores e descobriu a mágica, que transforma a cor do nosso carro chefe.

No retorno ao Brasil, encontraram informações na internet de ciganos, que construíam e reformavam alambique e foram eles que deram a notícia de que aquela peça não podia ser reformada, já que estavam faltando pedaços e que a estrutura estava comprometida.

Não satisfeitos com a informação, os dois viajaram para Formiga, em Minas Gerais, atrás de uma segunda opinião, de uma fábrica de alambiques conceituada e com anos de experiência. Lá, a confirmação de que aquele velho alambique já tinha cumprido seu papel e que não haveria conserto ou reforma viável.

No mesmo dia, compraram da empresa um alambique menor, de dez litros, para seguirem o plano de produzirem sua bebida.

A partir do que estava escrito na folha de papel surrada, criaram a primeira receita, trazendo nos ingredientes algumas lembranças afetivas de cada um. A primeira “alambicada” já demonstrava que o produto seria um sucesso, já que a aceitação de familiares e amigos foi imediata.

A estreia do produto, aconteceu no casamento da Juliana, que terminou a festa com todas as garrafas vazia e um saldo de 33 garrafas encomendadas. Juliana, deixou de lado a Lua de Mel e, junto com Rafael, iniciou a produção das encomendas. Foram 2 dias de muito trabalho, mas os dois conseguiram atender a demanda.

Na semana seguinte, os pedidos se multiplicaram e já era hora de aposentar o alambique de 10 litros e comprar um de 50, que em poucas semanas foi substituído por um de 100 litros.

Em seis meses de trabalho, chegou a hora de tomar uma decisão importante. Construir uma destilaria do zero ou terceirizar a produção.

Foram muitas idas e vindas em imobiliárias na busca de um imóvel que atendesse todas as especificações técnicas para a implantação de uma destilaria, contatos com fabricantes de alambiques e dornas e com representantes do Ministério da Agricultura.

Com o projeto em mãos e todas as contas feitas sobre a implantação da destilaria, os sócios perceberam que a montagem da estrutura exigia um capital muito alto e que a melhor opção era a terceirização.

Depois de visitar diversas destilarias, a dupla chegou à Fazenda Boa Sorte, sede da Cachaça Batista, no mercado desde a década de 40. Lá eles se encantaram pela estrutura e pela família, que passa a tradição da produção artesanal de cachaças de geração para geração.

Em 02/11/2019, foi iniciada a produção do primeiro lote do Zim Magic Fusion em casa nova. Tudo acompanhado de perto pelos criadores da receita, para que a qualidade fosse mantida, para agradar o paladar dos mais exigentes clientes do Brasil.

Agora, a Zim Destilaria se prepara para um novo capítulo da sua história, desbravar um mercado internacional exigente e acostumado com os melhores rótulos de GINS disponíveis no mercado. Mas como bom mineiro, esse Gin que fala UAI, está chegando de mansinho para conquistar o mundo.

You have successfully subscribed!